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Jamais

Jamais

30
Set09

Valeu a pena dizer "Jamais"

Paulo Marcelo

Os blogues colectivos envolvem riscos. Não é fácil conciliar tantas personalidades diferentes com identidade e coerência. Apesar do nosso objectivo principal -contribuir para uma mudança política em Portugal- não ter sido alcançado, o balanço que faço é muito positivo.

Fomos "alinhados" mas nunca previsíveis. Fomos uma voz livre e irreverente, mostrando que a política não tem que ser cinzenta, nem feita por gente sisuda em sedes partidárias ou gabinetes governamentais. Apesar das críticas, por vezes duras, contra a máquina de propaganda socialista, não caímos nos ataques pessoais, contribuindo para elevar o debate político, numa campanha já demasiado marcada por episódios asfixiantes. Conciliámos experiência com juventude, lançando novos autores na blogosfera política. Escrevemos mais de 1000 textos originais, gerando milhares de comentários e mais de 130 mil visitas (cerca de 259 mil "page views").

O espaço político "não socialista" tem um caminho a percorrer. Crescer em convicção e em clareza, no modo como apresenta o seu projecto e defende as suas ideias. Ganhar o “argumento” para depois ganhar o poder, alcançando uma mudança política duradoura em Portugal. Convicção não faltou neste blogue. Espero que alguns dos argumentos que aqui produzimos façam o seu caminho. Apesar do resultado eleitoral negativo, valeu a pena dizer "Jamais". O vernáculo manguito ficou adiado, mas surgirá na altura própria, e não teremos de esperar quatro anos.

29
Set09

...

Nuno Gouveia

“Today we have done what we had to do. If necessary, we shall do it again.”

Ronald Reagan

 

Sinto uma enorme satisfação por ter colaborado este espaço. O PSD não venceu, mas a luta por um Portugal melhor prossegue dentro de momentos. 

28
Set09

Até amanhã camaradas

Tiago Moreira Ramalho
Entrei neste blogue à data do seu nascimento. Fui amavelmente convidado por gente que julgava demasiado amável para o fazer e que, portanto, me desiludiu. Aceitei, hesitante, por na altura saber que ia defender algo que ainda não conhecia em toda a sua plenitude – ninguém, de que partido fosse, conhecia o que defendia na sua plenitude. Ainda assim avancei. Avancei porque via que Manuela Ferreira Leite, apesar de todos os problemas e casos, tinha uma visão do país que me era mais simpática do que a do PS de José Sócrates. Hoje, um dia depois das eleições, não me arrependo de ter estado aqui. Não devo ter convencido ninguém, nem ter tirado as indecisões a nenhum indeciso, mas ainda assim acho que valeu a pena. Não vou chorar derrotas nem cumprimentar vitórias – seria tolo, ainda não tenho de respeitar protocolos.
No meio de tudo isto, uma e uma só coisa me alegra: saber que não há possibilidade de haver governo participado pela extrema-esquerda e que para haver estabilidade, terão de ser feitas pontes de entendimento com partidos mais próximos (apesar de muito longínquos) daquilo que defendo.
Obrigado a todos e ver-nos-emos por aí, num país mais «avançado», talvez.
28
Set09

Post final

Rodrigo Adão da Fonseca

Quase tudo já foi dito sobre o resultado eleitoral de ontem. Não serei eu quem terá algo mais a acrescentar. 

 

Foi com prazer que, desde a primeira hora, participei, quer no Jamais, quer em outras iniciativas promovidas pela actual Direcção do PSD, como o Fórum Portugal de Verdade.

 

Portugal precisa de um PSD forte, com espírito reformista, de um PSD que enfrente os problemas do país sem artificialismos, exigindo um ambiente social e económico respirável, onde o Estado não tenha uma presença asfixiante. É este o núcleo essencial do conteúdo da mensagem da "Política de Verdade", um programa eleitoral onde se procuram apresentar soluções para Portugal, realistas, ideias de governo exequíveis e avaliáveis pelos cidadãos, longe das utopias que o Partido Socialista vende ao país.

 

Encerro a minha participação no Jamais, não sem enviar um agradecimento especial a todos os que aceitaram, num momento em que até poderia ser mais cómodo manter silêncios cúmplices, o desafio de escrever neste blogue.

28
Set09

O novo PSD

André Abrantes Amaral

O PSD perdeu as eleições, de pouco servindo a satisfação de Sócrates ter perdido a maioria absoluta. O PSD precisa de se reencontrar para poder continuar a ser um partido importante para a democracia portuguesa.

 

Subscrevo as razões do Pedro Picoito. Há muitas mudanças que têm de ser feitas e muitas pessoas que terão de deixar a vida política para que dêem lugar a uma nova geração. Mas é preciso ter calma e perceber duas coisas: Em primeiro lugar, que toda a mudança leva tempo e, em segundo, que se deram os primeiros passos nesse sentido: As críticas ao investimento público como motor da economia foram acertadas, só sendo preciso realçar e acreditar mais nas alternativas; o trabalho do Instituto Sá Carneiro foi excelente, bastando apenas que venha a ser mais aproveitado.

 

As ilações terão de ser tiradas. O trabalho vai ser feito, novas políticas serão apresentadas, uma alternativa política vai surgir. Um PSD sem traumas por ser de direita, por se apresentar como liberal, está aí ao virar da esquina.

28
Set09

"Obrigado Manuela", seguido de "Os Nossos Erros"

Pedro Picoito

O PS ganhou as eleições, com um mau resultado, e o PSD perdeu-as, com um péssimo resultado. É só isso o que me interessa e é só isso o que deve interessar todos os que queriam derrotar Sócrates. O campeonato de quem mais subiu e desceu é literalmente secundário: o único objectivo do PSD era a vitória. E nem sei que nome dar ao campeonato dos que fizeram das eleições de hoje um referendo a Manuela Ferreira Leite. Ou a Pacheco Pereira. Fetichismo?

Apesar do resultado, começo por dar os parabéns a Manuela Ferreira Leite. Há um ano, pegou num partido em estado comatoso, com uma liderança alienígena e sondagens deprimentes, e trouxe-o até aqui. Contra tudo e todos (sendo tudo e todos um dos governos mais demagógicos da história da democracia portuguesa, uma comunicação social adversa e a permanente oposição interna), levou o PSD a ganhar as europeias e a discutir as legislativas palmo a palmo. Agora que se afiam as facas longas, fica a minha homenagem.

Dito isto, o PSD deve tirar conclusões sobre o que correu mal. O partido teve um resultado pouco superior ao de 2005, o que significa que quase não ganhou votos ao PS. Se pensarmos que o PS perdeu cerca de meio milhão de votos, mas o CDS cresceu 175 mil e o Bloco de Esquerda 190 mil, é fácil concluir que o PSD não captou o voto dos muitos descontentes do socratismo. Como era sua estrita obrigação. Acrescentemos que, segundo as sondagens, PS e PSD estiveram muito próximos nas intenções de voto até à última semana de campanha, quando ainda havia quase 40% de indecisos. Ou seja, nos últimos dias o PSD deixou esses indecisos fugirem para o CDS e até para o BE.

Porquê?

Sem prejuízo de uma leitura mais complexa, que fica para depois, julgo que o PSD cometeu três grandes erros.

Primeiro: a constituição das listas de deputados. É, quanto a mim, o erro capital. Como explicou Luís M. Jorge num post premonitório, não se pode ter por mote as palavras "Política de Verdade" - e depois pedir aos portugueses que votem em António Preto e Helena Lopes da Costa. Não se pode, pura e simplesmente. Ponto final. É uma contradição. Curtocircuita a mensagem. Dá a entender que, afinal, somos iguais aos socialistas. (Basta ver a indiferença generalizada com que foram recebidas as notícias relativas ao financiamento criativo das campanhas do PS pelo Dr. Lello.)  Com a agravante de que, entre o anúncio das listas em meados de Agosto e a apresentação do programa em início de Setembro, o PSD não criou nenhum facto político que aliviasse o massacre a que Manuela Ferreira Leite foi submetida por estas escolhas. E com outra agravante: ao escolher alguns rostos conhecidos do cavaquismo para cabeças de lista, Manuela Ferreira Leite mostrou preferir a experiência do passado à renovação do grupo parlamentar. Um mau sinal para quem queria passar a ideia de mudança. E com outra agravante ainda: Deus Pinheiro e Couto dos Santos dedicaram-se alegremente a defender o bloco central, quando o PSD tentava a todo o custo diferenciar-se do PS. E obrigaram a líder a corrigi-los, quando devia atacar  Sócrates. É muita coisa junta.

Segundo erro: o esgotamento da "asfixia democrática". Ao contrário de muita gente, entendo que foi um bom tema de campanha.  Porque se vive hoje em Portugal um clima de condicionamento da sociedade civil, da função pública e até de órgãos de soberania não controlados pelo PS que só tem paralelo nos idos do PREC. O telejornal que mais tem investigado o caso Freeport acaba por "critérios empresariais", uma editora com uma biografia incómoda sobre o Primeiro-Ministro não a publica, a correspondência interna de um jornal criticado por Sócrates é manchete de um jornal concorrente elogiado por Sócrates, os magistrados que investigam o caso Freeport são alvo de pressão por parte de outro magistrado próximo do Governo, um funcionário público é afastado por contar uma anedota sobre o Primeiro-Ministro, a directora do Museu Nacional de Arte Antiga é demitida por criticar a política do Ministério da Cultura numa entrevista, o maior banco privado é entregue pelos seus accionistas a dois administradores vindos directamente  da Caixa Geral de Depósitos e até o Presidente da República suspeita, ou não desmente que suspeita, estar a ser vigiado pelo Governo. Também é muita coisa junta. Tudo isto merece ser denunciado e o PSD fez bem em denunciá-lo. Uma campanha, porém, não pode viver de um único tema. Sobretudo se este é esvaziado porque Manuela Ferreira Leite vai à Madeira, onde se vivem situações muito semelhantes às acima descritas, e elogia Jardim. E sobretudo se o Presidente da República demite o seu assessor envolvido no "caso das escutas" com um timing verdadeiramente assassino para o PSD. As sondagens são claras: foi aqui que perdemos as eleições. Havemos de falar mais tarde de tão mal contado episódio - e não será para agradecer a Cavaco Silva.

Terceiro erro: o PSD não conseguiu apresentar o seu programa como uma alternativa ao programa do PS. Caímos na armadilha de explicar que não iríamos "privatizar a segurança social", nem acabar com o rendimento mínimo, nem mandar os velhinhos para as câmaras de gás e investir as suas pensões em off shores. Isto pôs-nos politicamente à defesa e, pior ainda, fez-nos soar como um eco ofendido do PS. Olhando para os resultados eleitorais, vê-se que quem se aproveitou da armadilha socialista foi o CDS, que surgiu como o único partido verdadeiramente de direita. A agricultura, a liberdade de educação, as políticas de família, a segurança, a imigração não podem ser exclusivos do CDS. Há aqui um longo caminho de reflexão política a fazer pelo PSD.

Este ponto merece ser aprofundado. O PSD nunca soube ou nunca quis, durante um ano inteiro, centrar o debate político no seu programa. O Gabinte de Estudos  não teve o papel que deveria ter tido na sua elaboração, pelas razões conhecidas, e o trabalho do Instituto Sá Carneiro foi em grande parte deixado na gaveta, talvez por demasiado "liberal". Ora, o partido está numa encruzilhada ideológica: ou continua a afirmar-se de "centro-esquerda" e não dá nenhuma razão aos indecisos para não votarem no PS e no CDS; ou se assume descomplexadamente como o grande partido de centro-direita que Portugal não tem e de que Portugal precisa.

Espero que o PSD escolha a segunda opção. 

 

(Declaração de interesses: sou apoiante de Manuela Ferreira Leite desde as directas, colaborei com o Instituto Sá Carneiro no ano transacto e, horror dos horrores, o meu nome circulou entre alguns bloggers que me honram mais com a sua amizade do que com a sua lucidez como possível candidato a deputado. Leiam as linhas anteriores com a reserva exigida por tais factos. Se, mesmo assim, decidirem votar PSD nas próximas eleições, talvez elas sejam afinal de alguma utilidade.)

27
Set09

Saudações democráticas

Paulo Marcelo

O Partido Socialista ganhou as eleições e o Partido Social Democrata perdeu. Ponto. Aqui ficam os meus cumprimentos democráticos ao partido vencedor. Embora duvide, espero que consigam fazer melhor que nos últimos quatro anos, para bem de Portugal que bem precisa de ser melhor governado para sair da profunda crise social, económica e política em que se encontra.           

27
Set09

Parabéns ao PS

Nuno Gouveia

O PSD obteve uma derrota clara. Os meus parabéns aos vencedores, nomeadamente ao PS, que ganhou as eleições, ao CDS que ficou num excelente terceiro lugar e ao Bloco de Esquerda, que teve uma grande subida. O PSD deve estar grato a todos aqueles que lutaram pelo melhor resultado possível, nomeadamente Manuela Ferreira Leite e a todos os candidatos. A luta pelas ideias e pelos valores continua. 

25
Set09

No dia 27, vamos todos votar no PSD!

Rodrigo Adão da Fonseca

990 posts, 2651 comentários, mais de 125 mil visitas (com uma média diária de cerca de 2.500 visitas), quase 250 mil page views, são estes os números de um blogue que procurou trazer para o debate a visão do PSD para o país.

 

O Jamais teve a virtude - num momento em que tanto se fala de renovação - de dar espaço a gente que escreve como gente grande, como a Daniela Major e o Tiago Ramalho, mas que não tem sequer ainda idade para votar, no mesmo plano de vozes que não precisam de apresentação, como José Pacheco Pereira, Vasco Graça Moura ou Paulo Rangel: partilharam este espaço militantes e independentes, ao todo 32, homens e mulheres de várias gerações. 

 

O que nos uniu? A vontade de trazer para o debate um discurso livre, baseado na Política de Verdade com que Manuela Ferreira Leite se tem vindo a apresentar aos eleitores.

 

Portugal viveu nos últimos 14 anos, mais de 11 anos de governação socialista. No dia 27, precisamos mesmo de assegurar um novo caminho, com a marca da mudança. Por isso, recomendamos o voto no PSD!

 

Obrigado a todos os que nos visitaram!

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Jamais - Advérbio. Nunca mais, outra vez não, epá eles querem voltar. Interjeição muito usada por um povo de dez milhões de habitantes de um certo cantinho europeu, orgulhoso do passado mas apreensivo com o futuro, hospitaleiro mas sem paciência para ser enganado, solidário mas sobrecarregado de impostos, com vontade de trabalhar e meio milhão de desempregados, empreendedor apesar do Estado que lhe leva metade da riqueza, face à perspectiva terrível de mais quatro anos de desgoverno socialista. Pronuncia-se à francesa, acompanhado ou não do vernáculo manguito.

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