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Jamais

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26
Jul09

Um desesperado José Sócrates

Nuno Gouveia

Sócrates sentiu o mundo a desabar em cima de si, e entrou em desespero, não sendo caso único neste Partido Socialista. Ainda recentemente em Lisboa, António Costa, cheio de medo de Santana Lopes, tudo fez para atrair a extrema-esquerda para o seu lado. Não conseguiu, mas ficou com a consolação do "coerente" Zé que fazia falta e da "independente" Helena Roseta. Agora é a vez de José Sócrates andar por aí desesperado na busca de votos pela esquerda. Colocou a actriz Inês Medeiros e o antigo dirigente do BE, Miguel Vale de Almeida nas listas, e aparentemente* terá tentado aliciar Joana Amaral Dias para abandonar o BE, oferecendo-lhe cargos na Administração Pública ou o lugar de deputada. Isto é uma atitude de um partido desesperado, que lhe viu fugir eleitorado mais à esquerda para o PCP e principalmente BE, e eleitorado moderado e centrista para o PSD.

 

Mas esta reconversão esquerdista do PS tem grandes possibilidades de fracassar, até porque não acredito que todos aqueles que andaram estes quatro anos a criticarem veementemente a actuação do PS não vão engolir esta cambalhota política. Denota também  a ausência de uma estratégia coerente no PS, depois de anos a tentar ter um discurso de centro-esquerda, bem longe de algumas destas personalidades radicais que agora namoram. E é a prova que nada neste PS é feito com convicção: tudo se adequa à estratégia. Em 2005 convinha mostrar-se um partido moderado e até centrista, para conquistar este eleitorado. Depois as coisas começaram a correr mal e logo surgiu o "grande partido da esquerda moderna".

 

*Depois das acusações de Francisco Louçã e os desmentidos de José Sócrates, aguardo pacientemente as explicações de Joana Amaral Dias. Se nos dois primeiros a minha confiança é muito reduzida, quero acreditar que a bloquista tem uma boa relação com a verdade.

 

Também publicado no 31 da Armada

4 comentários

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Jamais - Advérbio. Nunca mais, outra vez não, epá eles querem voltar. Interjeição muito usada por um povo de dez milhões de habitantes de um certo cantinho europeu, orgulhoso do passado mas apreensivo com o futuro, hospitaleiro mas sem paciência para ser enganado, solidário mas sobrecarregado de impostos, com vontade de trabalhar e meio milhão de desempregados, empreendedor apesar do Estado que lhe leva metade da riqueza, face à perspectiva terrível de mais quatro anos de desgoverno socialista. Pronuncia-se à francesa, acompanhado ou não do vernáculo manguito.

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