Verdade na educação
Uma das tarefas mais importantes do futuro governo será a de repor a verdade na educação. Aquilo a que assistimos durante quatro anos e meio foi o constante falsear de “resultados” estatísticos com o objectivo político de apresentar um “sucesso” cosmético.
Associações científicas alertaram para a constante degradação da exigência dos vários exames finais de ciclo. Foi, assim, fácil apresentar “sucesso”. O famoso “modelo de avaliação” dos docentes procura, não distinguir os “melhores” professores, mas sim, por meio duma parafernália de “critérios”, induzir a produção de um “sucesso” artificial. O Estatuto da Carreira Docente, com a sua divisão entre “titulares” e “outros”, não passa de um pretexto administrativo (e não científico) para a instituição dos “avaliadores”. Por outro lado, o Estatuto do Aluno contém os mecanismos que vão diluindo as faltas, para fins estatísticos, gerando a desresponsabilização dos alunos.
As famílias com filhos no nosso sistema escolar têm de reflectir se querem uma Escola que fabrica resultados simpáticos, mas que não qualifica os jovens para o mercado de trabalho. A Escola pública verdadeiramente inclusiva é a exigente, porque só ela qualificará aqueles que não têm alternativa.
O verdadeiro sucesso da Escola vê-se, depois, cá fora.
[Publicado hoje no Diário Económico]