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Jamais

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13
Set09

As «ajudas»

Tiago Moreira Ramalho

Quando se fala em apoio às PME, no nosso país, só se fala em quantidades de PME apoiadas. Sócrates revelou isso muito bem no debate de ontem. Interessa saber quantas, entre as centenas de milhar, foram apoiadas directamente pelo governo. Isto parte de um espírito omnipresente na sociedade portuguesa que define o tipo de ajuda que todos esperam.

Numa sociedade mais livre, transparente, o Estado não seleccionaria as empresas a apoiar. Seria o mesmo que o Estado seleccionasse famílias com base em critérios duvidosos para atribuir subsídios – pagos com o dinheiro das outras famílias, é bom lembrar. Numa sociedade normal, o Estado não definiria que tipo de empresas são importantes e que tipo de empresas não são importantes. Hoje, no Público, Daniel Bessa defende a prática de dumping. Não o diz desta forma, claro. Diz que as empresas exportadoras deviam ter menos impostos. Só as exportadoras. Isto não faz sentido absolutamente nenhum. As empresas são o que são: se os empresários decidiram começar um negócio voltado para o exterior, fizeram muito bem; se decidiram começar um negócio voltado para o mercado interno, fizeram também muito bem. Complicar o sistema fiscal para seguir «desígnios nacionais» é tolo, simplesmente tolo.
Querem reduzir os impostos e deixar as empresas com menos entraves? Reduza-se o imposto sobre os combustíveis, escandalosamente alto. Reduza-se o IRC. Reduza-se o IVA. Reduza-se os impostos que realmente afectam a actividade das empresas. De todas as empresas e não de algumas apenas.

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Jamais - Advérbio. Nunca mais, outra vez não, epá eles querem voltar. Interjeição muito usada por um povo de dez milhões de habitantes de um certo cantinho europeu, orgulhoso do passado mas apreensivo com o futuro, hospitaleiro mas sem paciência para ser enganado, solidário mas sobrecarregado de impostos, com vontade de trabalhar e meio milhão de desempregados, empreendedor apesar do Estado que lhe leva metade da riqueza, face à perspectiva terrível de mais quatro anos de desgoverno socialista. Pronuncia-se à francesa, acompanhado ou não do vernáculo manguito.

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