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Jamais

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19
Set09

O amigo de Hugo Chavez

Nuno Gouveia

O primeiro-ministro português cultivou ao longo da última legislatura amizades muito duvidosas. As suas constantes aparições ao lado de Hugo Chavez ultrapassaram em muito aquilo que se denomina por “interesse nacional”. Chavez foi, provavelmente, o líder estrangeiro que mais deslocações fez a Portugal. E verificamos que José Sócrates andou a ter lições com Chavez na forma de como controlar a imprensa hostil. 

 

Portugal tem tido muitos casos onde os governantes se queixam da imprensa, mostrando que, apesar de tudo, existe imprensa que não se importa de morder os calcanhares ao poder. As pessoas podem-se fazer de esquecidas, mas alguns dos protagonistas que hoje são acusados de serem obstinadamente contra o PS, já o foram no passado contra o PSD. O caso mais gritante é o próprio José Manuel Fernandes, também considerado hostil para o governo de Santana Lopes. Um jornalismo isento e independente não se preocupa com quem está no poder, mas sim com a verdade e o interesse noticioso. E é isso que estes governantes e seus acólitos não percebem. Ou não querem entender. 

 

Mas este Partido Socialista, em diversos episódios, demonstrou não saber conviver com a liberdade de imprensa, dividindo os órgãos de comunicação social em amigos e inimigos. Para os amigos ficam os elogios, as entrevistas, os recados e os chorudos contratos publicitários com o Estado;  para os inimigos fica a guerra e a tentativa de silenciamento. Manuela Moura Guedes conduzia um telejornal, líder de audiências, que por diversas vezes causou incómodo ao governo. A consequência deste transtorno foi o ataque cerrado à TVI, com tentativas despudoradas de controlo por vias travessas, criticas pessoais e muito mais se terá passado nos bastidores que nunca saberemos. A pouco menos de um mês das eleições, e já com José Eduardo Moniz (outro dos inimigos) fora da TVI, Moura Guedes é afastada por “supostas” razões financeiras. Pois. E para mais tarde ficou o ataque directo e deliberado à credibilidade de um jornal, que, com 19 anos de história, já não tem nada a provar. A ferramenta de ataque foi deixada para um dos jornais “amigos”, dos tais que recebe elogios em público e serve como “moço de recados” quando interessa. Mesmo que para isso tenham violado as regras deontológicas do jornalismo, aquelas que o seu director tanto tinha criticado em Manuela Moura Guedes. Critérios...

 

Nunca nos anos da democracia portuguesa o jornalismo foi tão atacado pelo poder. Sócrates provou-nos bem que aprendeu as lições de Chavez em matérias de liberdade de imprensa. Resta saber se os portugueses vão na cantiga “chavista”.

 

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Jamais - Advérbio. Nunca mais, outra vez não, epá eles querem voltar. Interjeição muito usada por um povo de dez milhões de habitantes de um certo cantinho europeu, orgulhoso do passado mas apreensivo com o futuro, hospitaleiro mas sem paciência para ser enganado, solidário mas sobrecarregado de impostos, com vontade de trabalhar e meio milhão de desempregados, empreendedor apesar do Estado que lhe leva metade da riqueza, face à perspectiva terrível de mais quatro anos de desgoverno socialista. Pronuncia-se à francesa, acompanhado ou não do vernáculo manguito.

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