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Jamais

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29
Jul09

Alguém explique, s.f.f., aos estrategas do PS a diferença entre um artigo de opinião e, sei lá, um relatório do INE

Maria João Marques

Agradeço ao Miguel ter aqui linkado o texto de Miguel Frasquilho no i, poupando assim esta V. menina naturalmente preguiçosa de escrever muito sobre a maravilhosa acusação do PS a Manuela Ferreira Leite "do maior aumento do «monstro» da despesa", baseando-se no texto que Ricardo Reis escreveu ontem para o i e que este jornal - e muito bem, porque é do que se trata - classificou como 'opinião'. Tento fugir à tentação de comentar o próprio texto de RR (pronto, só um bocadinho: um texto que não explicita claramente que componentes inclui no chamado 'consumo público', pelo que poderemos suspeitar que a escolha deste 'consumo' é deliberada para o resultado que quer demonstrar e que outras componentes poderiam evidenciar algo diferente; um texto que compara governos como os de Cavaco Silva que duraram 10 anos e que atravessou todo o tipo de conjunturas, com um bloco de 2 governos minoritários do PS lideradaos por Guterres em época de crescimento económico, com outro bloco de 2 governos PSD-CDS de três anos, com outro governo maioritário PS, estes últimos alternando entre contracções e períodos de estagnação; um texto que compara governos antes do Plano de Estabilidade e Crescimento com governos pós-PEC; um texto que analisa o tal 'consumo público' em percentagem do PIB, fazendo tábua rasa da evolução desse PIB (por exexmplo, se a despesa crescesse1% do PIB num ano de contracção económica forte, para Ricardo Reis esse crescimento é superior a outro de 0,95% do PIB num ano com aumento do PIB de 3,5%, sendo que o dinheiro gasto pelo Estado neste último caso teria sido superior) em vez de pegar na sua variável e a analisar em termos reais, o que seria muito mais claro; enfim, um texto que conclui que os governos de Cavaco foram mais gastadores que os de Sócrates e Guterres para, de seguida, fazer a propaganda das maiorias absolutas e afirmar que os governos maioritários dispendem sempre menos do que os minoritários - o que a mim, com estes maus fígados, me soa a contradição grosseira). Para chegar ao que quero dizer mesmo. Que desnorte guia os estrategas do PS para pegarem num texto de opinião de jornal e o apresentarem aos jornalistas e aos eleitores como "a prova" (provada!) de que MFL gastou mais do que Sócrates e Guterres? Já desistiram de ir buscar dados aos Orçamentos de Estado? A próxima coluna de opinião de Vital Moreira também vai ser pretexto para uma conferência de imprensa? Haverá alguém brevemente a 'provar' nos jornais o 'direito ao TGV' que a JS reclamava na campanha das Europeias? E se passássemos para política de gente crescida? Obrigada.

4 comentários

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Jamais - Advérbio. Nunca mais, outra vez não, epá eles querem voltar. Interjeição muito usada por um povo de dez milhões de habitantes de um certo cantinho europeu, orgulhoso do passado mas apreensivo com o futuro, hospitaleiro mas sem paciência para ser enganado, solidário mas sobrecarregado de impostos, com vontade de trabalhar e meio milhão de desempregados, empreendedor apesar do Estado que lhe leva metade da riqueza, face à perspectiva terrível de mais quatro anos de desgoverno socialista. Pronuncia-se à francesa, acompanhado ou não do vernáculo manguito.

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