Nova partida
Nesta parte da troço ferroviário, avança lentamente o comboio da fotografia, para mais tarde, já com linhas mais modernas, adquirir velocidade. Neste troço, as linhas são já antiquadas, mas têm vindo a cumprir o seu papel. É verdade que o betão novo é mais rápido, mas faz mais estragos e até consta que vem aí mais do mesmo, com o pomposo nome de grandes investimentos.
Num trajecto sinuoso junto ao rio, o comboio vai servindo pequenas estações e apeadeiros daquele interior que tão poucos conhecem. Para muitos, nem só os mais idosos, é o único meio de transporte que os une à capital, onde está quem lhes coordena os horários, os percursos e lhes regulamenta a vida.
Num país de escassos recursos mas muito deslumbramento, onde o a discussão sobre o CO2 é para académicos, em que as médias das velocidades rodoviárias são motivo de orgulho e a prática da cidadania é incipiente, este antigo meio de transporte (colectivo, cómodo, limpo) que serve todo o país tem sido ingloriamente esquecido e pouco valorizadas as suas linhas regionais. Bem sei que os apeadeiros servem pouca gente, mas este post era sobre o quê, afinal? Velocidade não é certamente e a modernidade não é assim.