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Jamais

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01
Set09

Clarificando as coisas (II)

Rodrigo Adão da Fonseca

Em 2005, a CGD, na "fatia de leão", e a Sumolis, numa parte menor, compraram a Compal por um valor considerado polémico, de 426 milhões de Euros. Havia mais cinco concorrentes interessados na compra mas, à época, defendeu-se, era necessário seguir um "desígnio estratégico", assegurar que a Compal ficasse em "mãos nacionais". O preço pago à Nutrinveste representava 16 vezes o cash-flow operacional da Compal; alguns dos concorrentes alteraram, quer para o impacto negativo que a intervenção do Estado estava a ter no funcionamento do mercado, quer para o uso indevido do dinheiro dos contribuintes numa compra que visava favorecer, quer a Nutrinveste, quer a Sumolis numa posterior alienação - que se traduziu em 2008 numa simpática operação de cosmética, pela venda de parte das acções, e pela entrega, das restantes, por uma "troca de participações", em que a CGD ficou accionista de uma nova empresa, resultante da integração da Sumolis com a Compal. 

 

 

Há diferenças entre este PSD e o PS. É bom ir, como o João Galamba bem refere, "clarificando as coisas". Eu defendo mesmo um Estado mais neutro, que assegure a igualdade de oportunidades entre todas as empresas nas medidas e nos apoios que promove. Não cabe ao Estado favorecer empresas em concreto, por considerar "que produz[e]m bens de elevado valor acrescentado"; tão pouco compete ao Estado "contribuir para mudar o paradigma produtivo português", apostando directamente numas empresas, em detrimento de outras. Cabe ao governo promover ambiente económico competitivo, e não desenhar a economia a regra e esquadro. Agrada-me que o PSD tenha uma estratégia para as PME's, e não apenas para as PME's que, por uma qualquer razão, definida num gabinete escondido, encaixam no que o governo considera serem "desígnios estratégicos".

 

Porque todos sabemos bem o que vai na alma deste PS, quando nos vende "desígnios estratégicos": levar algumas empresas ao colo. Como aconteceu no negócio da Compal. No "Magalhães". Na reconstrução das escolas. Na energia solar. E em tantos outros domínios. O João Galamba faz aqui a sua escolha, que respeito - "é pelo dirigismo". Eu, dirigismos destes, assumidamente, dispenso.

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Jamais - Advérbio. Nunca mais, outra vez não, epá eles querem voltar. Interjeição muito usada por um povo de dez milhões de habitantes de um certo cantinho europeu, orgulhoso do passado mas apreensivo com o futuro, hospitaleiro mas sem paciência para ser enganado, solidário mas sobrecarregado de impostos, com vontade de trabalhar e meio milhão de desempregados, empreendedor apesar do Estado que lhe leva metade da riqueza, face à perspectiva terrível de mais quatro anos de desgoverno socialista. Pronuncia-se à francesa, acompanhado ou não do vernáculo manguito.

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