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Jamais

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09
Set09

Educação e propaganda

Carlos Botelho

No forum tsf, que decorre neste momento, respeitante à Educação, quem foi o membro do governo escolhido para o representar na área? Maria de Lurdes Rodrigues? Não. Foi Valter Lemos? Também não. Terá sido Jorge Pedreira? De modo nenhum. Santos Silva é o nome.

Que seja aquele o ministro que fala pela política de educação do executivo, mostra bem que, para este governo, a Educação é, primeiro que tudo, uma questão de propaganda. Lá tivemos o discurso vago, abstracto (desligado da realidade concreta) e manipulador em que Santos Silva é perito.

 

Abstracto, porque se mantém higienicamente afastado do confronto com a realidade. Manipulador, miseravelmente manipulador, porque se aproveita do natural desconhecimento do público sobre matérias inevitavelmente especializadas e "técnicas".

 

"Novas oportunidades" (reparem na designação propagandística da iniciativa) para os que ficaram pelo caminho na escolaridade, "melhoria" das notas, "menos retenções", "menor número de faltas", x computadores distribuídos por x crianças, Inglês e Educação Física no 1º ciclo, a "indispensável" "avaliação" dos docentes, o novo "modelo de gestão", crianças "mais tempo nas escolas", aulas de "substituição", etc, etc - é claro que, em abstracto, dificilmente alguém discordará de todo este leite e mel. É o típico discurso meramente proclamatório deste governo que foge da realidade como o diabo da cruz.

 

Nenhuma daquelas "medidas" resiste a um exame que as interrogue a respeito da sua eficácia, da sua real aplicabilidade, da sua autenticidade, das suas consequências. Mas aquele discurso é de tal forma desonesto, que está, à partida, armadilhado, para as objecções que lhe possam surgir pela frente. Assim, quem tiver a veleidade de suspeitar ou discordar das medidas, será imediatamente marcado com o ferrete do "corporativismo" egoísta e cego para o "bem comum" (essa mitologia sempre tão útil), será "insensível"(!), "pessimista", "insultuoso", etc.

 

É este o mundo rarefeito em que o governo e o Partido Sócrates2009 vivem (a sua "mundivisão", diria alegremente o primeiro-ministro). É este o mundo em que nos têm feito viver nestes anos. E querem continuar.

1 comentário

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Jamais - Advérbio. Nunca mais, outra vez não, epá eles querem voltar. Interjeição muito usada por um povo de dez milhões de habitantes de um certo cantinho europeu, orgulhoso do passado mas apreensivo com o futuro, hospitaleiro mas sem paciência para ser enganado, solidário mas sobrecarregado de impostos, com vontade de trabalhar e meio milhão de desempregados, empreendedor apesar do Estado que lhe leva metade da riqueza, face à perspectiva terrível de mais quatro anos de desgoverno socialista. Pronuncia-se à francesa, acompanhado ou não do vernáculo manguito.

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