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Jamais

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20
Set09

Do fanatismo e da indigência

Nuno Gouveia

Por motivos académicos, segui de forma intensa a campanha eleitoral americana do ano passado. Assisti a diversos episódios onde alguns apoiantes dos candidatos, especialmente do lado republicano, mostravam um fanatismo inaudito e desesperado. Normalmente eram apelos de fanáticos, que tentavam desesperadamente lançar boatos e rumores para a opinião pública, completamente desligados da realidade. Ora porque Obama era socialista, porque estava a soldo dos interesses islâmicos ou porque pretendia aumentar o número de abortos nos Estados Unidos. Do outro lado surgiam acusações que Mccain seria criminoso de guerra, que estava a soldo das empresas do armamento ou que era um fanático religioso. Este tipo de acusações eram sempre desconsideradas pelos responsáveis das campanhas, mas pairavam no cenário mediático, atiçados pelos fanáticos e activistas subterrâneos dos dois partidos.

 

Em Portugal este ano estamos a assistir a uma situação semelhante no Partido Socialista, com a agravante destas mentiras e acusações fantasiosas estarem a ter cobertura dos próprios dirigentes.  Nesta campanha eleitoral já assistimos a acusações que o PSD é um partido salazarista, que pretende fazer regressar Portugal ao tempo do Estado Novo, que o PSD tem tiques de extrema-direita (!?) e até que é um partido xenófobo. Têm-se inventado mentiras sobre o PSD, ora que pretende acabar com o Sistema Nacional de Saúde, de privatizar a Segurança Social ou até de pretender até acabar com as obras públicas. Para este PS, parece que tudo vale, até dizerem que o PSD pretende acabar com o direito ao divórcio. Estou para ver quando é que dizem que o PSD vai sair do PPE e juntar-se ao grupo de extrema-direita do senhor Le Pen. Já nada me admira. 

 

Se as pessoas que lançam estas acusações e boatos pensassem um bocadinho (só um bocadinho, vá lá), veriam o ridículo que são todos estes epítetos. A indigência intelectual dessas criticas e ataques só pode ser explicada pelo fanatismo. Para estes, que lançam estas atoardas sobre o PSD parece, de facto, que vale tudo: mentir, deturpar, caluniar e desproporcionar. 

 

1 comentário

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Jamais - Advérbio. Nunca mais, outra vez não, epá eles querem voltar. Interjeição muito usada por um povo de dez milhões de habitantes de um certo cantinho europeu, orgulhoso do passado mas apreensivo com o futuro, hospitaleiro mas sem paciência para ser enganado, solidário mas sobrecarregado de impostos, com vontade de trabalhar e meio milhão de desempregados, empreendedor apesar do Estado que lhe leva metade da riqueza, face à perspectiva terrível de mais quatro anos de desgoverno socialista. Pronuncia-se à francesa, acompanhado ou não do vernáculo manguito.

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