A vacuidade
A entrevista de Sócrates ao Diário de Notícias de ontem é mais um triste debitar de vacuidades, sem ponta por onde se lhe pegue. O papaguear das coisas que toda a gente sabe no estilo que toda a gente tem tornou-se hábito do Partido Socialista e timbre do seu líder.
De resto, o mais interessante a extrair da dita entrevista é tão grotesco quanto absolutamente estúpido: procurar encostar ou identificar Manuela Ferreira Leite com o salazarismo e/ou o marcelismo é uma falsificação da realidade e, ao mesmo tempo, uma demonstração da mais supina ignorância quanto à história, às ideias políticas, à economia, à governação e à personalidade do adversário.
Esta atitude revela bem os métodos de que Sócrates y sus muchachos são capazes: manipular, manipular, manipular até que a alma lhes doa.
Mas consolem-se as almas timoratas. Fica-se a saber que Zapatero é o melhor amigo de Sócrates e regista-se a confissão de que daqui a dez anos as pessoas estarão a receber menos a título de reforma, sob esta fórmula tão sibilina quanto evasivamente perversa: “Não se trata de receber menos. Trata-se de conter o crescimento, que era insustentável”.
Nunca um entrevistado gastou tantas páginas para dizer tão pouco.
