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Jamais

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06
Ago09

Pelo fim da ERC

Nuno Gouveia

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social é um sério entrave à liberdade de imprensa. Numa democracia é inadmissível que exista um organismo que tenha a capacidade de influenciar directamente as escolhas dos órgãos de comunicação social. A recente directiva sobre os comentadores políticos é um atentado à liberdade de opção, restringe os critérios editoriais e encarna poderes censórios que nos recordam o pior da história portuguesa. Nota-se mesmo que estes cinco senhores que se sentam na ERC pouco devem conhecer sobre o verdadeiro significado da liberdade de imprensa. 

 

Olhemos para um jornal como o Público, que conta nas suas fileiras de comentadores com vários políticos, entre os quais José Pacheco Pereira, Vital Moreira, e Rui Tavares. Dentro dos critérios editorais definidos pelo jornal, estes são cronistas que dão valor acrescentado ao jornal e aos seus leitores. Para a ERC, ou o jornal convida Jorge Lacão (cabeça de lista do PS de Santarém) e os restantes candidatos de todos (!!!) os partidos, ou então JPP não pode colaborar com o jornal no período de campanha.

 

Eu acredito numa imprensa livre, onde quem determina quais os conteúdos que se apresentam aos consumidores são os seus próprios responsáveis, e não uma entidade externa de iluminados. Se os leitores do Público ou de outro órgão se sentirem lesados com as opções editoriais, podem sempre deixar de comprar o jornal ou não ver determinado canal. Mas esta limitação reveste-se de uma arrogância inusitada em democracia.

 

Nos Estados Unidos, onde a liberdade de imprensa têm séculos, e não apenas 35 anos, uma iniciativa deste género estaria condenada desde o inicio. Aliás, ninguém se atreveria a propor semelhante iniciativa. E em Portugal, será que as pessoas se vão calar?

 

Não sendo ilegal ter candidatos comentadores, em que se baseia esta directiva da ERC? Só vejo uma resposta: num poder discricionário e que deve ser combatido. O PSD deveria propor no seu programa eleitoral o fim desta entidade. 

 

Publicado originalmente no Novas Políticas

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Jamais - Advérbio. Nunca mais, outra vez não, epá eles querem voltar. Interjeição muito usada por um povo de dez milhões de habitantes de um certo cantinho europeu, orgulhoso do passado mas apreensivo com o futuro, hospitaleiro mas sem paciência para ser enganado, solidário mas sobrecarregado de impostos, com vontade de trabalhar e meio milhão de desempregados, empreendedor apesar do Estado que lhe leva metade da riqueza, face à perspectiva terrível de mais quatro anos de desgoverno socialista. Pronuncia-se à francesa, acompanhado ou não do vernáculo manguito.

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