08
Ago09
Renovação
Tiago Moreira Ramalho
De todas as pessoas que criticam as listas do PSD devem contar-se pelos dedos da mão de um leproso as que conhecem as listas do PSD. Mas como o que importa é criar ruído, criar polémica, também não interessa nada tentar percebera coisa.
O i de hoje traz um trabalho curioso na secção Zoom (parabéns ao PPM). Vou começar por citar logo o início: «dos 230 nomes que o PSD apresenta às legislativas, 84% são novos nos distritos pelo qual concorrem.» Claro que há que ter em linha de conta que há aqueles extraordinários saltos de Évora para Vila Real, mas não é plausível que o partido ande a brincar ao jogo das cadeiras. O valor exacto também é pouco relevante, o que importa é uma e uma só coisa: a esmagadora maioria dos candidatos a deputados do PSD é gente que não era candidata na legislatura que ora se finda. Isto, na minha terra, chama-se renovação.
Claro que há alguns nomes repescados do passado. Seria estranho se não os houvesse. Mas se prestarmos atenção e não fizermos apenas o exercício básico de ler as manchetes, veremos que no todo, esses nomes do passado são uma ínfima parte.
E é também óbvio que a renovação não é feita toda com nomes extremamente conhecidos. Não. Uma renovação que tenha também o objectivo de trazer pessoas novas para a política – sobre o seu valor, aferiremos a partir de Setembro – tem de trazer desconhecidos, senão, não é uma renovação política, mas apenas uma forma de tentar atrair votos com celebridades (conheço um certo partido que está nesta linha).
É claro que há gente que eu gostava de ver nas listas e não vi. Mas é mesmo assim. Todos temos gente que gostávamos de ver no Parlamento e é impossível que todos lá caibam. O que é importante em tudo isto é pensar não apenas se as listas são perfeitas ou não (e obviamente não são, que não há listas perfeitas); mas se são ou não as melhores que se nos apresentam. E disso, não há que ter dúvidas.