08
Ago09
Simplex - A História de um Nome
João Caetano Dias
O blogue dos defensores do governo chama-se Simplex. A escolha deste nome parece ter sido fácil, mas não foi. Fontes próximas de alguns assessores do primeiro-ministro fizeram-nos chegar alguma informação confidencial sobre o processo de escolha que, inesperadamente, foi longo e tumultuoso.
Na verdade estiveram em cima da mesa várias hipóteses. Uma das mais discutidas foi Jamé, para celebrar a famosa declaração Lino, mas, infelizmente, o nome já estava ocupado. Um dos muitos nomes debatidos foi Inglês Técnico, em homenagem a uma das muitas insuperáveis valências do nosso PM, mas foi impossível chegar a consenso com o grupo dos que preferiam Espanhol Técnico. Para ultrapassar a desavença, abdicou-se de nomes em louvor das aptidões multilingue de Sócrates.
Durante algum tempo, o nome mais consensual foi “Free Port”, que simbolizaria um porto de encontro de mentes livres. Pouco e pouco, aperceberam-se que o nome poderia causar não só uma dissonância cognitiva mas também algum mau estar. “Nosso Amigo, o Contribuinte” também foi uma hipótese levemente discutida, mas prontamente abandonada, porque corria-se o risco do nome ser vítima de boas interpretações.
Surgiu então uma corrente de opinião que queria chamar ao blogue “Universidade Independente”, uma tentativa de associar a campanha Sócrates 2009 a um país educado e com altos níveis de qualificação. À volta deste nome surgiram várias alternativas mais elaboradas como por exemplo “Novas Oportunidades aos Domingos”, "Educação Superior Simplex", “Por uma educação pós-moderna - Cursos por e-mail”, “Rigor na Avaliação do Governo”, “Sócrates - Projectos de Qualidade para Portugal” ou até “Esquiar a Alta Velocidade para o Futuro”. Nenhum deles vingou.
Alguns nomes equacionados evocavam os dotes arquitectónicos do nosso PM. “Porto da Carne” foi uma hipótese bastante ponderada e que suscitou uma aprovação quase generalizada. O nome acabou por cair, com receio que uma discussão estética sobre correntes da arquitectura moderna se sobrepusesse a objectivos superiores. Pela mesma razão foram eliminadas as propostas “Cubismo Beirão”, “Uma Marquise Sobre Portugal” e “Gehry, Gaudí e Sócrates”
Muitos dos colaboradores do blogue preferiam nomes que simbolizassem marcos históricos da governação rosa. Depois de uma criteriosa selecção, foram analisados apenas os 5.000 momentos históricos, únicos e/ou irrepetíveis mais relevantes, tendo resultado um conjunto alargado de propostas. “Mi amigo Zapatero”, “150.000”, “Herói Castilho”, “1,2,3, Salvámos a Qimonda Outra Vez”, “Do Hub da Ota ao Oásis de Alcochete”, “Libertei a Europa e Senti-me Porreiro”, “Contentinhos e Contentores”, “Temos Topete”, “Resolvemos o Défice”, “Crisis? What Crisis?” ou ainda um favorito de muitos, “O Corninho do Pinho”.
No fim, acabou por vingar Simplex. Note-se que apesar de ser um excelente nome, foi aprovado com alguns vozes contra - dizem as nossas fontes que os que mais protestaram foram João Galamba que preferia “Complicadex” e Carlos Santos que amuou por não ter sido escolhido “O Reino dos Trolls” ou “Os Socretinos”, nomes com os quais sentia uma particular afinidade.