Porque gosto das listas do PSD
A algazarra mediática sobre as listas do PSD é perfeitamente compreensível. Por um lado expectativas pessoais e curiosidade pública, na proximidade do poder. Por outro, o jogo político da dissensão interna no PSD, que tanto interessa ao PS e respectiva máquina editorial e aos putativos 'senhores que se seguem' do PSD. Tudo isto é expectável no sistema vicioso e curtinho de pequena política usual do nosso país.
Creio que há, todavia, excelentes motivos positivos para o destaque das listas do PSD. Em primeiro lugar, há imensa gente competentíssima. Como exemplo, no círculo eleitoral onde voto - Coimbra - o PSD apresenta Paulo Mota Pinto, Pedro Saraiva e Rosário Águas, todos com um sólido currículo académico, profissional e político. Em Lisboa, no Porto, por todo o País apresentam-se figuras de inegável mérito e seriedade (e seria até fastidioso enumerá-los).
Em segundo lugar, é notória uma nova preocupação pela qualidade e igualdade de géneros - o Parlamento seguramente ganha com a presença de Pacheco Pereira ou Maria José Nogueira Pinto, só para dar 2 exemplos que não decorrem de 'exigências' das distritais.
Por último, e mais importante, não haverá uma agenda de mudança no PSD ou no País senão com dor. A ideia peregrina que tem vingado em muitas cabecinhas ambiciosas de caldo difuso de interesses e posições evidentemente choca com a limpidez necessária para enfrentar o incerto - e talvez ingovernável - horizonte político dos próximos 2 anos. Passos Coelho e outros ficam ridículos a bramir perseguições e injustiças. No quadro dificílimo que se antecipa, as opções têm que ser assumidas até ao fim. Um projecto sério, uma equipa coesa, um rumo credível. E os eleitores decidirão.
Nuno Freitas