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Jamais

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17
Ago09

SÓ FALTAVA QUE FOSSE PROIBIDO FALAR DAS “SUSPEITAS” SOBRE O GOVERNO (1)

José Pacheco Pereira


Num comício do PSD no Algarve Aguiar Branco referiu que o governo estava “sob suspeita”. As suas palavras foram exactamente estas:

 

 

«O Governo de José Sócrates tem uma visão clientelar do Estado. Suspeita-se do que está por detrás dos contratos dos contentores de Alcântara, suspeita-se do que está por detrás do financiamento dos computadores Magalhães, suspeita-se do que está por detrás da Fundação das Telecomunicações para as redes móveis, suspeita-se do que estaria por detrás do negócio da TVI, suspeita-se porque há alegadas pressões sobre magistrados no chamado 'caso Freeport' e que deu origem a processo disciplinar. Temos em Portugal um Governo sob suspeição e isto corrói as instituições e mina a autoridade do Estado».

 

Imediatamente surgiu uma barragem de indignação. Isto não se podia dizer, era “indigno”, um “nojo”, uma “sujidade” e palavras no mesmo tom. O Ministro do Trabalho e da Solidariedade, Vieira da Silva considerou as afirmações do vice-presidente do PSD «inaceitáveis»:

 

«Afirmar que um Governo está sob suspeita sem caracterizar o tipo de suspeita só serve para trazer para a política um clima que poderá servir todos os interesses, mas não serve os interesses dos portugueses e que consiste em encontrar os caminhos para as dificuldades que estamos a viver».

 

Isto é a grande público. Nos blogues, hoje cheios de gente que trabalha para as agências de comunicação que o governo e o PS empregam e de assessores do governo e das autarquias PS, actuando com pseudónimo, então a histeria intimidatória foi imediata. Quem se atreva a referir sequer os factos públicos e provados, sem qualquer especulação nem “suspeição”, para além do que se sabe de forma segura e que o bom senso político justifica que se coloque como problema, que se deve, insisto deve, discutir muito para além dos aspectos policiais e judiciais, passa de imediato a um energúmeno miserável, que a máquina comunicacional trata de reduzir a um troglodita político, por comparação aos sofisticados membros do PS que não se coibem (e bem) de discutir o caso de António Preto, uma ferida em aberto nas listas do  PSD.  Uns podem, outros não.

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Jamais - Advérbio. Nunca mais, outra vez não, epá eles querem voltar. Interjeição muito usada por um povo de dez milhões de habitantes de um certo cantinho europeu, orgulhoso do passado mas apreensivo com o futuro, hospitaleiro mas sem paciência para ser enganado, solidário mas sobrecarregado de impostos, com vontade de trabalhar e meio milhão de desempregados, empreendedor apesar do Estado que lhe leva metade da riqueza, face à perspectiva terrível de mais quatro anos de desgoverno socialista. Pronuncia-se à francesa, acompanhado ou não do vernáculo manguito.

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